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terça-feira, 9 de julho de 2013

Insônia - Conto de Terror

Lendas Urbanas
Escrita por: Artur Barros

Não deveria escrever, mas talvez, assim consiga descansar. Nunca senti tanto medo como agora. Talvez ninguém chegue a ler, e como qualquer outro papel, isso vá para o lixo. Não espero a piedade nem a pena de quem estiver lendo. Apenas esclareço o que aconteceu aqui, pois eu não ficarei para explicar. Não se pode mudar o que está feito, os motivos só interessam a mim, apesar de não sabê-los ao certo. Portanto, explicarei somente os fatos e não explicarei os porquês. A garota que encontrará no sótão é minha filha, espero que tenha o cuidado de arrancar o arame de seu pescoço antes de desamarrá-la da cadeira. Certamente, você irá concordar comigo que ela é muito bonita. A garota é muito parecida com a mãe, falecida há três anos. Para comprovar, deixei o retrato da minha querida Lucia, no colo da menina. Michele tinha dois 12 anos quando minha esposa foi atropelada. Era nossa única filha. Depois do choque da morte, veio o período de superação, o qual atravessamos muito bem, confiávamos muito um no outro. O seu primeiro aniversário sem a mãe foi o pior momento depois da tragédia. Encomendamos uma missa para Lúcia e choramos o dia inteiro. Não quis mais saber de outra mulher, nunca me acostumei com sua morte. Ah! Como queria ter morrido junto com ela, não teria que encarar todo este inferno! Começou uma semana depois do dia do aniversário da minha filha. Havia acabado de voltar do trabalho, minha casa estava toda apagada como de costume. Sentei-me na poltrona sem acender as luzes e acendi um cigarro. Liguei o rádio e, na estação, tocava a nossa música. A música que eu e Lúcia escutávamos! Falava de temas medíocres, como um amor não correspondido e traição. Mas a melodia era tão doce! Comecei então, a sentir o cheiro de sua pele, o toque de suas mãos; escutava seus passos, a sua voz! De repente escutei sua voz cantando no banheiro! Não era possível! A mesma música, a mesma voz! Ela não tinha morrido, estava apenas no banho! Cheguei à porta e comecei a escutar o doce som. A música parou depois de dois minutos e também a voz. A porta abriu e, o vapor do banheiro,trazia para mim o seu cheiro. Ah como eu fremia! A fumaça dissipou-se e estava pronto para agarrá-la em meus braços! Que sensação foi aquela? Medo? Susto? Somente fiquei paralisado! Toda a minha excitação sumiu junto com a fumaça! Era a minha filhinha! Era ela quem cantava a música e, sem entender nada, com a toalha envolta em seu corpo, cumprimentou-me com um beijo na bochecha e disse-me, rindo: